O mapeamento conduzido pelos pesquisadores Willian Almeida, Marcos Araújo e Sandro Maciel detalha que mais de 70% dos epicentros dos tremores ficam localizados na parte noroeste da cidade de Arapiraca, após o Residencial Brisa do Lago. O estudo evidencia que os abalos sísmicos de baixa magnitude ocorrem com maior frequência nas regiões norte e noroeste de Arapiraca, com maior concentração de registros também na zona rural, próximo ao município de Craíbas.
Além de identificar as áreas mais impactadas, o mapeamento evidencia um padrão nos eventos sísmicos. Os pesquisadores destacaram que a sismicidade em Arapiraca pode estar relacionada a atividades humanas, como a extração de recursos naturais, reforçando a importância de monitoramentos mais frequentes.
Em relação à possibilidade da falha geológica, que é uma fratura na crosta terrestre onde ocorre deslocamento relativo entre blocos rochosos, geralmente associada à deformação frágil e podendo gerar terremotos de baixa magnitude ou alta magnitude.
Quanto à zona de cisalhamento, uma faixa da crosta onde as rochas sofrem deformação dúctil (ou mista), caracterizada por alongamento e fluxo das rochas, comum em profundidade e relacionada a grandes estruturas tectônicas, os pesquisadores da Uneal acreditam que a reativação de estruturas geológicas pré-existentes, como falhas e zonas de cisalhamento, possa estar relacionada à ocorrência desses tremores. Enquanto as falhas representam fraturas onde há deslocamento das rochas, as zonas de cisalhamento indicam áreas de deformação dúctil, onde as rochas se deformam sem se romper, geralmente em maiores profundidades.
“A atividade minerária, ao alterar o equilíbrio de tensões na crosta terrestre, pode influenciar diretamente esses processos, favorecendo o surgimento de abalos sísmicos”, acrescentam os pesquisadores.
Com magnitude de 2.1 na escala Richter, o mais recente abalo sísmico foi sentido por diversos moradores em vários bairros da cidade, gerando apreensão de novos tremores de terra em Arapiraca.
O fenômeno da natureza reacende o debate sobre a necessidade urgente de atualização do mapeamento geológico na cidade e em toda a região.